O sistema educativo português
O sistema educativo português compreende a Educação Pré-escolar, a Educação escolar e a Educação extra-escolar.
A educação pré-escolar é complementar da acção educativa da família, cooperando entre si. Esta destina-se às crianças com idades compreendidas entre os 3 anos e a idade de ingresso ao 1º Ciclo do Ensino Básico. A frequência neste ensino é facultativa, uma vez que cabe um papel essencial à família no processo da educação da criança nesta idade.
Na educação escolar estão inseridos o ensino básico, secundário e superior. Estes são de frequência obrigatória. Podemos ainda dividir o ensino básico em 3: 1º, 2º, e 3º ciclos. Entram no ensino básico as crianças que completem 6 anos ate ao dia 15 de Setembro do ano em que as aulas têm início. Caso seja solicitado pelo encarregado de educação, as crianças que façam 6 anos entre 16 de Setembro e 31 de Dezembro também podem ingressar no ensino básico.
O 1º Ciclo do ensino básico dura, normalmente, 4 anos (1º ao 4º ano do ensino básico). Aqui o ensino é da responsabilidade de um professor que pode ser ajudado noutras áreas especializadas, como línguas estrangeiras, música, educação física, por outros professores.
Embora seja obrigatória a frequência no ensino básico, esta obrigatoriedade termina aos 15 anos de idade.
O 2º Ciclo do ensino básico tem a duração de dois anos – 5º e 6º. Este organiza-se por áreas interdisciplinares e, em regra, há um professor por disciplina.
Educação sexual: pais e escola
Estando em causa o desenvolvimento e o bem-estar dos educandos, a família não deverá ser mantida em estado de dúvida ou de desconfiança relativamente às iniciativas levadas a cabo pelos professores ou pela Escola no seu todo.É muito importante que, através do diálogo e do trabalho conjunto, se ultrapasse o desconhecimento ou a dificuldade que muitos pais têm quando tentam perceber quais os objectivos e o modo de acção de um Programa de Educação Sexual.Em conversas ou debates sobre o tema da Educação Sexual na Escola, é frequente que os Pais exprimam receios e dúvidas. Exemplos disso são:
Que a aquisição de conhecimentos sobre a sexualidade possa aumentar as tentativas de experimentação de comportamentos sexuais por parte dos filhos.
Que nas acções de Educação Sexual se inclua o ensino de práticas sexuais.
Que o mais importante em Educação Sexual não seja a prevenção das infecções de transmissão sexual e da gravidez não planeada, sobretudo em adolescentes.
Nestas situações de debate é muito vulgar que as opiniões se dividam e que, devido a diferenças ideológicas, haja discordâncias. No entanto, será sempre possível chegar a acordo se Pais, Professores e outros intervenientes colocarem sempre os interesses dos jovens em primeiro lugar.Se tal não acontecer, corre-se o risco de colocar em risco todo o trabalho positivo que poderá ser desenvolvido.Em situações de trabalho conjunto, é importante que os princípios éticos que orientam o programa e/ou acção em causa estejam bem explícitos.
A Escola pode e deve dar resposta a pedidos de apoio e analisar e aplicar as sugestões feitas pelos Pais. Muitas vezes, estas solicitações não são de resposta imediata e requerem um diálogo mais aprofundado sobre diversos temas, como qual a melhor forma de abordar o tema da sexualidade em casa, como responder às perguntas do jovem/criança, que materiais didácticos adquirir para que, em casa, se aborde mais facilmente o tema da sexualidade, o que fazer quando, contrariamente ao que geralmente se pensa que acontece, o jovem/criança não faz perguntas ligadas à sexualidade, como tratar a questão da contracepção entre os jovens adolescentes.
Como incentivar a criança a estudar
O sistema educativo português compreende a Educação Pré-escolar, a Educação escolar e a Educação extra-escolar.
A educação pré-escolar é complementar da acção educativa da família, cooperando entre si. Esta destina-se às crianças com idades compreendidas entre os 3 anos e a idade de ingresso ao 1º Ciclo do Ensino Básico. A frequência neste ensino é facultativa, uma vez que cabe um papel essencial à família no processo da educação da criança nesta idade.
Na educação escolar estão inseridos o ensino básico, secundário e superior. Estes são de frequência obrigatória. Podemos ainda dividir o ensino básico em 3: 1º, 2º, e 3º ciclos. Entram no ensino básico as crianças que completem 6 anos ate ao dia 15 de Setembro do ano em que as aulas têm início. Caso seja solicitado pelo encarregado de educação, as crianças que façam 6 anos entre 16 de Setembro e 31 de Dezembro também podem ingressar no ensino básico.
O 1º Ciclo do ensino básico dura, normalmente, 4 anos (1º ao 4º ano do ensino básico). Aqui o ensino é da responsabilidade de um professor que pode ser ajudado noutras áreas especializadas, como línguas estrangeiras, música, educação física, por outros professores.
Embora seja obrigatória a frequência no ensino básico, esta obrigatoriedade termina aos 15 anos de idade.
O 2º Ciclo do ensino básico tem a duração de dois anos – 5º e 6º. Este organiza-se por áreas interdisciplinares e, em regra, há um professor por disciplina.
Educação sexual: pais e escola
Estando em causa o desenvolvimento e o bem-estar dos educandos, a família não deverá ser mantida em estado de dúvida ou de desconfiança relativamente às iniciativas levadas a cabo pelos professores ou pela Escola no seu todo.É muito importante que, através do diálogo e do trabalho conjunto, se ultrapasse o desconhecimento ou a dificuldade que muitos pais têm quando tentam perceber quais os objectivos e o modo de acção de um Programa de Educação Sexual.Em conversas ou debates sobre o tema da Educação Sexual na Escola, é frequente que os Pais exprimam receios e dúvidas. Exemplos disso são:
Que a aquisição de conhecimentos sobre a sexualidade possa aumentar as tentativas de experimentação de comportamentos sexuais por parte dos filhos.
Que nas acções de Educação Sexual se inclua o ensino de práticas sexuais.
Que o mais importante em Educação Sexual não seja a prevenção das infecções de transmissão sexual e da gravidez não planeada, sobretudo em adolescentes.
Nestas situações de debate é muito vulgar que as opiniões se dividam e que, devido a diferenças ideológicas, haja discordâncias. No entanto, será sempre possível chegar a acordo se Pais, Professores e outros intervenientes colocarem sempre os interesses dos jovens em primeiro lugar.Se tal não acontecer, corre-se o risco de colocar em risco todo o trabalho positivo que poderá ser desenvolvido.Em situações de trabalho conjunto, é importante que os princípios éticos que orientam o programa e/ou acção em causa estejam bem explícitos.
A Escola pode e deve dar resposta a pedidos de apoio e analisar e aplicar as sugestões feitas pelos Pais. Muitas vezes, estas solicitações não são de resposta imediata e requerem um diálogo mais aprofundado sobre diversos temas, como qual a melhor forma de abordar o tema da sexualidade em casa, como responder às perguntas do jovem/criança, que materiais didácticos adquirir para que, em casa, se aborde mais facilmente o tema da sexualidade, o que fazer quando, contrariamente ao que geralmente se pensa que acontece, o jovem/criança não faz perguntas ligadas à sexualidade, como tratar a questão da contracepção entre os jovens adolescentes.
Como incentivar a criança a estudar
No processo de aprendizagem o sujeito é o aluno. Por isso, não basta que os professores expliquem e exijam, é preciso que os alunos realizem o trabalho correspondente de aprender.Neste "trabalho", estudar é uma acção necessária para a educação intelectual que inclui aprender a pensar, adquirir a capacidade de discernimento para ser um adulto que saiba, conscientemente, fazer as suas escolhas, obter a cultura que, se é autêntica, é uma forma de viver, entre outros.Um dos objectivos fundamentais do estudo é conseguir a educação para o trabalho, que as crianças e jovens reconheçam o papel do trabalho nas suas vidas. É, portanto, necessário saber motivar as crianças para o estudo e conseguir que eles queiram e saibam fazê-lo.Os factores primordiais são um bom ambiente de trabalho e a harmonia familiar. Quando na família há um clima de trabalho equilibrado, quando os pais tornam os filhos participantes das suas aspirações profissionais, na medida em que as podem entender, quando o trabalho ocupa um lugar objectivo e é aceite numa atitude de serviço, então, o ambiente familiar é uma motivação muito grande para os estudos.O mais importante não é, exclusivamente, ter excelentes notas. Há que, racionalmente e sem excessos, ter em conta os motivos, as convicções e as preferências de cada criança ou jovem.
Para que o estudo seja um trabalho educativo devem colocar-se em jogo as faculdades pessoais, ou seja, estudar deve ser uma acção feita de livre vontade, o estudante deverá assumir a responsabilidade da própria tarefa.É importante indicar à criança os objectivos (a curto, médio e, por vezes, a longo prazo) do seu trabalho, sem reduzir as tarefas escolares ao cumprimento de uma obrigação, à qual não é possível escapar enquanto não chegam as férias.Deve-se tentar evitar as reacções despropositadas perante as notas. O esforço que as crianças e jovens despendem é, frequentemente, mais importante que os resultados alcançados. Dependendo do contexto, uma nota média conseguida com esforço e empenho merece uma recompensa normalmente reservada a uma nota elevada.O mais importante, é que a criança aprenda a gostar de estudar e se sinta valorizada pela sua prática.
Sobredotação
Em diversos processos, a identificação de uma criança sobredotada é feita através da determinação do seu Quociente de Inteligência (QI).Embora para muitos este QI seja um indicador questionável, muitos autores consideram sobredotadas as crianças que apresentam competências, talentos e habilidades acima da média para a sua idade em diversas áreas.Desta forma, pais e educadores deverão estar sensibilizados para esta situação e tentar aperceber-se se a criança reúne pelo menos cinco das seguintes características:
-Vocabulário claramente avançado para a idade
-Interesses muito variados
-Domínio rápido da informação
-Curiosidade fora do comum
-Grande criatividade
-Preocupação com os problemas do mundo
-Muito boa memória
-Sensibilidade especial
-A par destas qualidades especiais, podem surgir dificuldades no desempenho escolar, desmotivação, frustração, desobediência e timidez.
Perante uma criança sobredotada, o educador deverá:
-permitir a curiosidade;
-libertar a criança do medo de ser "melhor", "diferente", de se exprimir;
-encorajar e aceitar a fantasia guiada;
-evitar as críticas destrutivas, a troça e a humilhação;
-encorajar a individualidade da criança;
-ajudar a estabelecer prioridades de tempo e energia;
-permitir a partilha do entusiasmo e amor pela vida.
Em Portugal, não se sabe ao certo o número de crianças sobredotadas, sendo que muitas nem sequer chegam a ser identificadas e reconhecidas. Uma das razões para este desconhecimento é o facto de muitas destas crianças, ao chegarem à adolescência ou mesmo à idade adulta, acabarem por se "nivelar" com os seus pares, por razões naturais ou de "defesa" procurando a aceitação pela "normalidade" face aos colegas e aos outros. Contudo, algumas destacam-se nas suas áreas de eleição com desempenhos excepcionais.
A LeituraA leitura é fundamentalmente um acto cognitivo, o que significa que a percepção que se tem da tarefa de ler e dos seus objectivos desempenha um papel determinante, pois é esta compreensão que vai tornar operacionais e eficazes as outras competências para a leitura. Assim, um bom leitor é aquele que, ao fomentar as operações de tratamento linguístico ao nível lexical e sintáctico de forma automática, vai, também, focar a sua atenção para a construção de um modelo de texto, interpretando-o.Ler é descodificar, extrair o significado da escrita, daí que a leitura seja vista como um processo interactivo entre o leitor e o texto, através do qual o primeiro reconstrói o significado do segundo.A leitura é, ainda, vista como um processo interactivo porque diferentes leitores extraem níveis de informação diversificados sobre o mesmo texto, pois possuem níveis de conhecimento diferentes em relação ao tema de que trata o texto, ou seja, a informação que um leitor retira de um texto está dependente do conhecimento que possuí sobre o assunto a que se refere o mesmo.A leitura ajuda a criança a construir a sua identidade, a sua relação com o mundo e a tornar-se num ser activo e tolerante.Mediante o apelo ao imaginário, a leitura permite-lhe a transposição de universos, a vivência de outros modos de ser, a resolução de conflitos interiores e de problemas de ordem psicossocial.É, por isso, um factor decisivo na maturidade da criança, no seu equilíbrio afectivo, na sua inserção no colectivo da escola e da comunidade em geral.Estes valores e prática contribuirão para a formação de cidadãos conscientes e participativos numa sociedade democrática.
A Escrita
A escrita é um processo manual pelo qual se traduz aquilo que se passa na nossa mente, é um processo através do qual comunicamos.Antes de escrever, a criança tem que estruturar o seu pensamento de forma a transmiti-lo com coerência e clareza, ou seja, a competência de escrita obriga a um crescente controlo produtivo sobre as operações linguísticas de acesso, selecção lexical e sobre a organização sintáctica do enunciado guiado pelas intenções comunicativas. Deste modo, a escrita obriga a um empreendimento mais dispendioso em termos de atenção, de memória e de tempo que se gasta para desempenhar a tarefa.A partir de situações concretas e vivenciadas, o pai ou educador deve proporcionar momentos de estimulação que levem ao desejo da expressão escrita, utilizando e diversificando estratégias de ensino.Importa que o aluno escreva por prazer sem estar preocupado com a sua correcção, pois só assim se exprime com naturalidade e sem inibições.A leitura requer menos custos de processamento que a escrita visto que, na leitura, o sujeito não tem que planear o seu discurso, limita-se simplesmente a processar a informação dada por outrem.Podemos, assim, concluir que a escrita é um processo muito mais activo que a leitura e que exige por parte do sujeito um esforço superior.A aprendizagem de ambas as competências é praticamente exclusiva da escola, já que são consideradas capacidades básicas de instrução. Contudo, as crianças constroem ideias sobre o sistema de escrita muito antes da entrada para a escola, o que significa que também no campo da leitura elas não são tábuas rasas onde se insere tudo o que o professor transmite. Têm concepções que adquirem previamente à sua entrada para a escola e que vão ajudar a interiorizar as que são adquiridas posteriormente.
O sentido do número
Os indivíduos que têm o sentido de número adquirido desenvolvem comportamentos específicos que o comprovam, tais como: sentirem-se confiantes com os números, saberem como utilizá-los e como interpretá-los no mundo à sua volta, desenvolvem métodos apropriados de processamento dos números (estimativa mental, aproximação, cálculo com papel e lápis ou com calculadora), pois têm um bom conhecimento do significado do sentido do número.Hoje em dia, cada vez se torna mais crescente a necessidade do sentido de número e a capacidade para usar os números no nosso quotidiano diário daí que, a grande prioridade da Matemática (ao nível escolar) seja a de desenvolver o sentido de número, sendo que este é o ponto de partida para formar cidadãos capazes de utilizar a sua competência matemática no quotidiano. Assim, o sentido de número deve começar a ser desenvolvido logo nos primeiros anos com base numa estrutura de aplicação, para que as crianças se apercebam de que os números não são usados somente em cálculos e nos livros de exercícios. É importante que, desde os seus primeiros contactos com os números, as crianças tomem consciência das inúmeras utilidades destes.
Localização:
A localização de um número prende-se com o sistema de ordenação do mesmo, isto porque os números podem estar ordenados por categorias, por exemplo: podem estar os números pares de um lado e os números ímpares de outro; podem estar ordenados por ordem crescente ou decrescente, por isso, é importante que as crianças percebam que a localização dos números está dependente do contexto em causa (varia consoante o contexto em que se está inserido).Existem diversas actividades que se podem realizar com as crianças para que as mesmas possam fazer uma aprendizagem significativa do conceito de localização dos números e do que este implica.Dois exemplos de actividades que se podem desenvolver neste sentido são:
- propor às crianças que dêem um passeio pelo bairro onde habitam e, observem os prédios, para terem a noção de como estes estão numerados;- levar as crianças ao cinema ou ao teatro e, dar a cada uma delas o seu bilhete para que elas próprias possam localizar o lugar onde têm que se sentar, ao fazerem isto as crianças vão observando que para localizarem os seus lugares estão a utilizar um sistema de numeração diferente daquele a que estão habituados a utilizar.
Ordenação:
Os números também podem ser utilizados para estabelecer uma certa ordem em muitas situações. Contudo, o sistema de ordenação dos números está dependente do critério que é utilizado para estabelecer essa mesma ordem.É papel do professor, levar as crianças a compreender o sistema de ordenação em diferentes contextos. Para tal, este deve proporcionar aos seus alunos diversas experiências neste âmbito.Deste modo, o professor poderá desenvolver actividades como:
- ordenar dez crianças por altura e, perguntar aos alunos quem é o primeiro, o segundo, o sétimo e o décimo;- ordenar essas mesmas crianças alfabeticamente e fazer as mesmas perguntas.
O desenvolvimento deste tipo de actividades irá possibilitar às crianças a percepção de que nos dois contextos, as mesmas crianças tinham ordens numéricas diferentes, o que as levará a compreender que a ordenação dos números varia consoante o critério que é utilizado para a mesma.O professor deve alertar os alunos para os diferentes sistemas de ordenação com que estes se podem deparar no seu dia-a-dia.
Identificação:
Os números funcionam como meios de identificação de inúmeras coisas, tais como: objectos, brinquedos, electrodomésticos, automóveis, e, podem até funcionar como meio de identificação pessoal (número do bilhete de identidade, número de contribuinte, número de telefone,etc).Para ajudar os alunos a perceber que os números são também um meio de identificação, o professor pode promover algumas actividades, tais como:
- propor aos alunos que façam um levantamento de todos os números de identificação que consigam encontrar na sua casa e na sala de aula;- dos números encontrados na actividade anterior, que seleccionem aqueles que constituem maior importância para si e elaborem um livrinho intitulado "Números importantes para mim".
Medição:
O conceito de medição do número deve ser adquirido desde muito cedo, pois servirá de base para aprendizagens posteriores. É importante que as crianças aprendam que os números também servem para medir e para pesar.
O professor deve consciencializar os alunos para o facto do tamanho da sua roupa e dos seus sapatos serem os números que determinam as medidas de partes do seu corpo.Outro dos aspectos com que o professor terá que se preocupar é em explicar às crianças que o tempo, o comprimento e a distância também são medíveis.Estimação:A estimação comprova que a Matemática não é sempre exacta e que muitas vezes não é possível dar uma resposta certa a algo, mas que é apenas fazer uma aproximação, uma estimação. Uma pessoa que tenha adquirido o conceito de número é capaz de avaliar uma situação deste tipo e resolvê-la de forma positiva.Existem várias formas para ensinar as crianças a estimar:
- mostrar às crianças um metro de comprimento e perguntar-lhes que objectos estão dentro da sala que medem mais que um metro e quais os que medem menos, ou se eles próprios acham que, medem mais ou menos que um metro;- mostrar-lhes um quilo de arroz, deixá-los sentir-lhe o peso e, perguntar-lhes quanto quilos eles acham que pesam? Quem será o aluno mais pesado da sala? E o mais leve? E o que será mais pesado: a cadeira ou o armário? O lápis ou a secretária?
Se o professor promover junto dos seus alunos actividades deste tipo, facilmente eles perceberão o que é uma estimação, contudo um outro aspecto com o qual o professor se deve preocupar é em desenvolver nos seus alunos a capacidade de fazer estimações razoáveis, que façam sentido. Para tal, este deve organizar actividades através das quais os alunos se possam aperceber que uma alteração na ordem de grandeza do número torna possível fazer coisas diferentes e, que é esta ordem que determina o seu uso apropriado.Um dos exemplos destas actividades poderá ser:
- o professor pergunta aos alunos o que é que eles acham que podem comprar com 5 cêntimos, 50 cêntimos, 5 euros, 500 euros e com 5000 euros. Seguidamente, deve fazer listas de coisas que se possam comprar com os diversos valores monetários descritos, pois assim, ajudará as crianças a tomarem a percepção de que objectos diferentes podem ter aproximadamente o mesmo valor monetário (por exemplo: com 5 euros posso comprar uma caixa de chocolates ou um perfume) e, que à medida que a grandeza dos números vai aumentando eles vão podendo comprar objectos cada vez mais caros (por exemplo: com 5 euros poderão comprar um carro de brincar e com 5000 euros poderão comprar um carro a sério).
O professor, deve aproveitar todas as situações reais e de sala de aula possíveis para ajudar os alunos a desenvolverem capacidades para pensar sobre os números de um cálculo e saber interpretá-los.As actividades mais apropriadas para desenvolver este tipo de raciocínio são os problemas.
Visto isto, os professores devem proporcionar aos seus alunos experiências que os conduzam a tomar contacto e compreender o vasto mundo dos números, ou seja, que os levem a perceber as diferentes formas de utilização dos números (tanto na resolução de exercícios, como no seu quotidiano): contar, calcular, estimar, identificar, ordenar e medir e que lhes dêem a possibilidade de desenvolver e aprofundar as capacidades associadas ao sentido do número, pois são estas experiências iniciais que desenvolvem a compreensão e a mestria matemáticas.
Hiperactividade e Matemática
Um número significativo de crianças sofre da Síndroma de Défice de Atenção e Hiperactividade (SDAH).Trata-se de uma desordem muito mais comum nos rapazes do que nas raparigas: 80% a 90% dos casos diagnosticados são de rapazes.A situação torna-se preocupante quando estas crianças começam a frequentar a escola, podendo o seu comportamento comprometer o desempenho escolar.As crianças hiperactivas manifestam alguns sintomas de falta de atenção que é possível identificar:
-apresentam dificuldade em manter a atenção ao executar tarefas ou actividades;
-evitam as tarefas que requerem esforço mental persistente;
-distraem-se facilmente com estímulos irrelevantes;
-não tomam atenção suficiente aos pormenores ou cometem erros por descuido nas tarefas escolares, no trabalho ou noutras actividades lúdicas;
-parecem não ouvir quando se lhes dirigem directamente;
-perdem objectos necessários a tarefas ou actividades que terão de realizar.
Eis alguns sintomas de hiperactividade - impulsividade observáveis nas crianças:
-mexem permanentemente os pés;
-levantam-se na sala em situações em que se espera que estejam sentadas;
-correm e saltam excessivamente em situações inapropriadas;
-apresentam dificuldade em se envolver numa actividades de forma tranquila;
-falam em excesso;
-respondem antes da pergunta ser completada;
-apresentam dificuldade em esperar pela sua vez.
No entanto, para se concluir a presença da SDAH é fundamental que os sintomas persistam por mais de seis meses e se tenham iniciado antes dos sete anos.O educador deve estabelecer regras precisas e consequências claras e não deve utilizar uma linguagem de confronto, de modo a evitar comportamentos inadequados. Deve também alternar actividades paradas com actividades mais activas, ajustando o ritmo.Encorajar a criança a desenhar pode ser uma forma de ajudar a lembrar determinado assunto abordado.Contar uma história é também uma forma eficaz de captar a atenção, visto que todas as crianças gostam de ouvir histórias, especialmente histórias pessoais.Para as crianças hiperactivas, é importante que o estabelecer e realizar tarefas de forma rotineira.
A aprendizagem em Matemática e a hiperactividade, bem como a relação entre ambas tem sido objecto de análise e de estudos. Um conhecimento que se vai aprofundando à medida que se sabe mais sobre o desenvolvimento do raciocínio nas crianças e as causas que poderão estar na origem dos problemas de atenção.Inerente ao funcionamento da inteligência, o processo de aprendizagem em Matemática manifesta-se nos primeiros dias de vida, na tentativa de estabelecer relações.Mais especificamente, e abordando a Matemática como ciência, é importante ter em conta que o seu desenvolvimento exige um raciocínio hipotético-dedutivo, numa procura de respostas aos problemas, pesquisando essas respostas até se tornarem consistentes mediante o apoio de verdades já estabelecidas. A partir destas verdades (os axiomas) podem fazer-se demonstrações lógicas e chegar a novos resultados ou teoremas.As novas descobertas ou os novos teoremas são transmitidos, "verbalizados", através de uma linguagem própria à Matemática, sendo consequentemente o conhecimento matemático axiomático-dedutivo, um conhecimento em permanente construção.Alguns indivíduos que se crê sofrerem de problemas de hiperactividade apresentam dificuldades em Matemática, enquanto outros não.Muitos indivíduos com dificuldades no desempenho nas tarefas que envolvem competências aritméticas ou dislexia são referenciados como tendo problemas de hiperactividade.
No entanto, verifica-se que as crianças com problemas de aprendizagem costumam sofrer de alterações comportamentais. Com frequência, essas dificuldades levam a criança a assumir uma atitude negativa face ao estudo da disciplina e, devido ao seu comportamento, é considerada hiperactiva.Alguns estudos revelam que uma criança hiperactiva possui uma capacidade de abstracção muito elevada, o que implica um potencial intelectual e criativo também elevado.Salienta-se ainda a importância da capacidade de abstracção para o desenvolvimento do raciocínio matemático (devido exactamente à sua natureza dedutivo-axiomática).Para além destes factores, ao longo do seu desenvolvimento, as crianças passam da realização de cálculos simples e concretos para cálculos mais complexos e abstractos.Assim, não será correcto considerar que uma criança supostamente hiperactiva não terá competências mínimas para a aprendizagem em Matemática, ou ainda considerar que o seu insucesso se deva a uma possível hiperactividade.Pelo contrário, a natureza do raciocínio matemático poderá explicar o bom desempenho de crianças hiperactivas nesta área, enquanto em outras disciplinas não se constata esse sucesso.
Dislexia e Matemática
Dislexia trata-se de um distúrbio na leitura e/ou na linguagem.A falta de informação sobre este problema, que pode estar na origem do insucesso escolar e em outras áreas da vida, pode levar os professores e os pais a confundirem a dislexia com a falta de atenção ou preguiça. Os sinais de alerta são os seguintes:
Problemas de aprendizagem
- Dificuldades na linguagem oral;- Não associação de símbolos gráficos com as suas componentes auditivas;- Dificuldades em seguir orientações e instruções;- Dificuldades de memorização auditiva;- Problemas de atenção;- Problemas de lateralidade.
Na leitura e/ou na escrita observam-se os seguintes problemas
- possíveis confusões (ex: f/v; p/b; ch/j; p/t; v/z ; b/d...);- possíveis inversões (ex: ai/ia; per/pré; fla/fal; cubido/bicudo...);- possíveis omissões (ex: livo/livro; batata/bata...).
Neste contexto, as Respostas Urgentes a Implementar serão:- Criação de estruturas de despiste e reeducação precoces;- Consultas multidisciplinares para avaliação compreensiva de casos;- Formação de professores numa pedagogia específica;- Meios de informação sobre estruturas de apoio a alunos com dislexia.
Os pais e os educadores e professores são normalmente os primeiros a perceberem as dificuldades da criança. Algumas dessas características poderão estar presentes num quadro de dislexia.É também importante salientar que não é necessário encontrar a totalidade dessas características para se considerar que se está em presença de um caso de dislexia.Durante a Educação Pré-Escolar, os pais e educadores deverão estar atentos para os seguintes sinais:
- Falar tardiamente;- Dificuldade em pronunciar alguns fonemas;- Demora a incorporar palavras novas no seu vocabulário;- Dificuldade em fazer rimas;- Dificuldade em aprender cores, formas, números e a escrita do nome;- Dificuldade em seguir ordens e seguir rotinas;- Dificuldade na habilidade motora fina;- Dificuldade em contar ou recontar uma história na sequência certa;- Dificuldade em lembrar-se de nomes e símbolos.
No que diz respeito à legislação portuguesa, uma criança, ao ser reconhecida como disléxica tem direito à inserção numa turma com um número reduzido de alunos. Esta criança pode ainda dispor de meia hora adicional na realização de testes e avaliações.Crê-se, também, que os disléxicos podem ter várias capacidades muito desenvolvidas. Poderão, por exemplo, privilegiar o pensamento com imagem ao invés das palavras, ser altamente intuitivos e ter uma grande imaginação.
Muitas crianças disléxicas têm dificuldade em ser rápidas e fluentes em executar cálculos tão simples como as operações de soma, subtracção, multiplicação e divisão, dificuldades essas que também se reflectirão na aprendizagem da tabuada. Contudo, estas crianças poderão adquirir boas competências em Matemática.Estas dificuldades com a Matemática surgem porque não há áreas do cérebro específicas para a leitura. As áreas usadas para a linguagem escrita são usadas também para outros símbolos, incluindo números, gráficos, etc.Portanto, se houver um problema nessas áreas do cérebro, será afectado o processamento eficiente de qualquer símbolo, linguagem e Matemática incluídos.Ao considerarmos esses conceitos, não é de admirável que crianças com dificuldades na linguagem (dislexia) apresentem frequentemente dificuldades em Matemática.Um indicador muito simples para o diagnóstico destas dificuldades é a incapacidade para contar para trás de dois em dois ou de três em três.A tabuada, cujo principal objectivo é reduzir o tempo de cálculo das operações, funciona frequentemente "ao contrário" para os disléxicos, pois prolonga o tempo que estes levam a fazer os cálculos.A melhor solução imediata para contornar este problema será oferecer materiais auxiliares como esquadros, linhas numeradas ou calculadoras, em vez de obrigar estas crianças a grandes esforços de cálculo mental.Não nos podemos esquecer que a dislexia deve ser diagnosticada por profissionais competentes, o que implica a intervenção de uma equipa multidisciplinar.O cálculo mental sem recurso a calculadoras é muito importante para a aquisição de melhor capacidade de raciocínio, por isso a indicação de uso de tais instrumentos auxiliares fica ao critério de quem lida directamente com cada situação.
Ensinar matemática às crianças sem que elas percebam
Um dos argumentos mais utilizados pelos alunos quando lhes dizem que devem estudar Matemática é: "E para que é que eu preciso de saber isto?", significando "Mas eu vou precisar de isso para quê (na vida real)?". Os Pais não se devem deixar intimidar por este argumento tão comum e devem usar estratégias que demonstram como a Matemática é uma presença constante no nosso quotidiano.Os pais sabem como são actualmente importantes e até essenciais os conhecimento de Matemática, uma vez que ela está sempre presente no nosso dia-a-dia, em praticamente todas as situações.Se a criança gosta de desporto e, por exemplo, é adepta de algum clube, podemos combinar desporto e aprendizagem de Matemática. Por exemplo, pode-se pedir que registe os resultados dos jogos da sua equipa (que poderá ser efectivamente a "sua" equipa se ela praticar algum desporto) e que obtenha alguns dados estatísticos a partir desse registo. Dados como, no caso do futebol/andebol:- Quantos pontos tem a "sua" equipa neste campeonato? A que distância está da equipa adversária?- Quantos jogos a "sua" equipa precisa de ganhar para ficar em primeiro lugar? E quantos jogos pode perder para não ser "apanhada" pelos adversários?- Quantos jogos têm as outras equipas de perder para a "sua" equipa ficar em primeiro lugar?- Em que lugar fica a "sua" equipa em caso de empate ou derrota num determinado jogo?Até se pode levar este "estudo" um pouco mais longe e, dependendo da idade da criança, usar os dados obtidos para construir gráficos, que servirão para discutir estratégias.Atenção: Esta actividade não se limita ao futebol. Todos os desportos colectivos e individuais podem ser assim analisados.Também é possível fazer exercícios na cozinha: pesagens, proporções, etc.; em caminhadas: saber quantos passos se deu e quantos faltarão dar; etc.
Também podem ser usados conhecimentos de Geometria:
Pega-se numa bola de futebol. Pergunta-se à criança que polígonos consegue identificar na bola. São polígonos regulares? Quantas diagonais "cabem" dentro desses polígonos?
Ainda usando a bola de futebol como ponto de partida, pode-se pedir à criança que calcule a sua área e, se os seus conhecimentos forem suficientes, o seu volume.
Prática pedagógica com crianças deficientes visuais
O défice visual traduz-se numa redução da quantidade de informação que a criança recebe do meio-ambiente, restringindo a quantidade de dados recebidos e que são de extrema importância para a construção do conhecimento.É considerada deficiente visual toda a criança cujas dificuldades visuais afectem a aprendizagem.A criança deficiente visual pode enquadrar-se em três situações: cegueira (ausência total de visão), visão residual ou sub-visão (acuidade visual inferior ou igual a 0,1 no melhor olho) e visão parcial (acuidade visual superior a 0,1 até 0,5).As crianças com défice visual encontram dificuldades na percepção de vários aspectos visuais: objectos situados em ambientes mal iluminados, objectos ou materiais colocados sobre fundos de cor semelhante, objectos e seres vivos em movimento, profundidade, formas compostas, representações de objectos tridimensionais e formas desproporcionadas. Têm assim, problemas de coordenação visual e motora, percepção do contraste figura-fundo, constância da forma, da posição do espaço e das relações espaciais.Este conjunto de factores constitui um entrave à aprendizagem, condicionando-a, daí que tenhamos que proporcionar um ambiente favorável à aprendizagem destas crianças, que deve obedecer a determinadas condições.A iluminação é uma delas. Qualquer ambiente que rodeie o deficiente visual deve proporcionar-lhe a máxima visibilidade, sobretudo quando este tiver de executar trabalhos que impliquem pequenos pormenores. Uma tarefa pode tornar-se simples ou complexa em função da iluminação ambiente.Tudo aquilo que é apresentado à criança (imagens, caracteres, palavras, frases ou textos) deve ser redimensionado em tamanho bastante grande, para que ela possa ver bem. O que é escrito, no quadro ou no seu caderno, também ter um tamanho grande.As representações em relevo é outra condição a que se deve obedecer. É preferível mostrar à criança os objectos reais em vez de imagens que os ilustrem, pois ela poderá manipulá-los e ter uma melhor percepção daquilo que vê.Outra condição importante é a estimulação visual. A criança pode "aprender a ver" a partir de tarefas visuais individualizadas e motivantes que passem por: facultar-lhe objectos de cores fortes e brilhantes, despertando a sua atenção para os pormenores dos mesmos; focar a sua atenção em objectos em movimento que estejam perto e se destaquem, fazendo-os entrar no seu campo visual; desenhar objectos grandes, com cores fortes e luminosas e explorá-los com a criança (à medida que a sua acuidade visual for aumentando, vai-se diminuindo o tamanho dos desenhos, tornando-os mais esquemáticos e aplicando-lhes contornos e mais pormenores); mostrar-lhe desenhos que indiquem acção e pedir-lhe que imite os movimentos inerentes às acções visualizadas, que indique as diferenças entre as pessoas e os objectos dos desenhos ou entre os animais e as pessoas).
Por fim, o contraste. Revela-se crucial para uma maior legibilidade que exista um grande contraste de cor entre as letras ou imagens e o fundo sobre o qual estão expostas. Preferencialmente, devem ser usadas letras claras sobre fundos escuros.Depois de criadas as condições que possibilitam a aprendizagem, devem ser realizadas tarefas lúdicas, que motivem a criança.Tudo o que for material manipulável, com poucos pormenores será um incentivo para a criança.Deste modo, devem ser realizadas tarefas do tipo:
-jogos de associação de palavra imagem ou imagem objecto;
-jogos de associação de números - quantidade (de preferência com objectos para representar as quantidades);
-contagens com materiais (lápis, canetas, tampas, rolhas, etc.);
-números grandes para ordenar, de forma crescente e decrescente (numa fase posterior);
-jogos tipo loto de leitura (sempre com tamanhos ampliados);
-dominó (com peças grandes);
-representações do corpo humano grandes, que a criança possa reconstruir ou vestir;
-puzzles;
-tangram (em tamanho grande);
-labirintos grandes;
-livros com peças de encaixe;
-letras ou sílabas móveis para formar palavras;
-jogos de expressão musical e expressão dramática que tenham como objectivo a desinibição da criança e a imitação do mundo real;
-pinturas e desenhos em folhas grandes (de preferência realizados em parceria com um adulto).
As crianças com cegueira total, devem aprender o Braille, pois este é uma mais-valia para elas e um grande facilitador da aprendizagem.